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"Realmente, os jovens são a nossa esperança na renovação de um mundo mais digno e atento às problemáticas de quem sabe muito, porque viveu muito.
O vosso trabalho e empenho dignificam-vos enquanto jovens e membros activos de uma sociedade em constante mudança e, felizmente, renovação!! Parabéns! Com certeza que marcaram a diferença para todos os idosos(as) que partilharam convosco esta experiência. E, acreditem, a doença em causa provoca muito sofrimento não só a quem a tem mas a quem está por perto.
É o sentirmo-nos impotentes e frágeis ao vermos aqueles que muito estimamos não se lembrarem de nós...Eu vivi esta situação de perto. Ainda bem que há interesse nestes temas, pois, se fosse há uns anos atrás, teria pedido a vossa ajuda.
Sejam felizes e proporcionem felicidade..."Ana Paula
Prof.ª Ed. Especial- 01 Fevereiro, 2010
Alzheimer Portugal promove Workshop!
“Alzheimer um desafio pessoal – estratégias para cuidadores informais” pretende transmitir estratégias que permitam lidar com as mudanças que a doença de Alzheimer cria nas rotinas, nas actividades familiares e na vida pessoal/profissional do cuidador.
Dia 18 Dezembro, sexta-feira pelas 15h, o nosso grupo foi até ao Lar de Santa Casa da Misericórdia numa tentativa de alegrar e animar o Natal dos idosos que frequentam o lar. Fomos novamente bem recebidas, com um sorriso enorme por parte das técnicas e das auxiliares do lar. Vestidas a rigor de «Mães-Natal», começámos por dar as boas festas aos nossos queridos idosos, cuja nostalgia e alguma tristeza eram notórias nas caras dos mesmos pois, devido ao estado avançado da doença de Alzheimer, sentiram-se um pouco perdidos e confusos, não se recordando de se tratar de uma época Natalícia.
Seguidamente, um CD com músicas alusivas ao Natal trazia então conforto e alegria àquela casa. Á medida que este tocava, íamos pintando as unhas às senhoras, fazendo com que estas recordassem a sua juventude e se sentissem bonitas. Aos senhores, davamos dois palmos de conversa, e isso era o essencial para que aquele brilhozinho nos seus olhares surgisse e nos fizesse sentir que aquele dia estava a valer a pena, tornando-se a cada minuto que passava mais especial.
Os sorrisos começavam a multiplicar-se, até mesmo os idosos mais resmungões e com pouco sentido de humor viviam intensamente aquele dia connosco, deixando os seus já frágeis corações renderem-se àquele sentimento que se instalara tão único, carinhoso e mágico! Batiam-se as palmas, batia-se o pezinho e, o que menos esperávamos, aconteceu! : Os idosos fizeram-se mais fortes do que as próprias doenças que carregam, esqueceram as fraquezas das pernas, as aborrecidas dores de costas e levantaram-se, vagarosamente para dançarem connosco! Formámos todos um «comboio» que percorria, em pequenos passos, cada canto do lar, ao som da música e que nem o cansaço dos 78, 80 e ate 90 anos que o corpo daqueles idosos carrega, o fez descarrilar.
As senhoras, já de volta às suas cadeiras e ao quente das suas mantinhas, recordavam as modas que dançavam, os rodopios que davam nas festas da aldeia e até mesmo os seus namoricos daquele «tempo que já lá vai» quiseram partilhar connosco, falando deles como se fosse a primeira vez!
O ponto mais alto da festa chegou por fim. Pegámos no saco cheio de prendas e, chamando os nomes um a um, fizemos as delícias daqueles idosos. As senhoras, não cabiam de contentes com os cachecóis em tons de azul que lhes oferecemos, enquanto os senhores ainda desembrulhavam as mantinhas verdes que lhes vão aquecer as mãos ainda por muitos e muitos e muitos anos! «Obrigado» era agora a palavra mais ouvida, até mesmo um simples «é lindo!» conseguimos arrancar de uma idosa portadora da doença de Alzheimer que está 24h sob 24h sem falar, sem dizer uma única palavra. Sentimos que proporcionámos um Natal diferente e especial para aqueles que se sentem esquecidos e, mesmo sabendo que horas e até mesmo minutos mais tarde, muitos deles já não se iriam lembrar da felicidade que sentiram, das musicas que dançaram, das conversas dos bailaricos e dos namoricos que connosco partilharam, sentimos como que uma missão cumprida!
Fazê-los sentir especiais, dar-lhes alento foi, sem dúvida o melhor Natal que poderíamos ter partilhado e nisto, trocámos um «adeus», na promessa de lá voltarmos. Percebemos que o «dar» tem muito mais valor que o «receber» e jamais esqueceremos os pequenos gestos, as mãos entrelaçadas e os sorrisos daqueles que enfrentam um destino árduo.
Venda de Natal - Alzheimer Portugal
Fonte: www.alzheimerportugal.org